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Mostrando postagens de 2011

Amizade e amor...amizade com amor...

Talvez o texto mais pessoal que coloco aqui. Há algum tempo que estas palavras pedem para sair... Eu sei que sou difícil de conviver, não pensem que não sei. A arrogância, a ironia, a comédia, o cinismo latente, o autismo áspero que aparece sem avisar, a aparente esquizofrenia, são tudo sintomas dessa dificuldade. Felizmente, nenhuma psicopatia. Muito pelo contrário, gosto e acredito muito nas pessoas. Mas como eu disse, sou bem consciente dessas características, desses traços da personalidade. Todo mundo tem os seus “defeitos”, esses são os meus minhas. Não tenho uma atitude “sou assim, lidem com isso, não vou mudar para ninguém!”. Algumas dessas características até tento mudar, amenizar. Outras nem tanto, por estarem tão intrinsecamente ligados à minha personalidade. Convivo com elas, como pequenos monstros inofensivos e travessos que, de vez em quando, para um público seleto, deixo sair do quarto. A minha ex melhor amiga uma vez escreveu algo assim “eu sei que eles estão lá. Não os

Um dia irrequieto e inquieto...

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Um dia estranhíssimo, como já não tinha há muito tempo.   Fui para São Paulo para uma reunião que durou a manhã inteira. Nessa noite fiquei num hotel bizarro no norte da cidade, porque pelos vistos todos os hotéis da cidade estavam cheios. Parecia o hotel daquele filme dos irmãos Cohen - Barton Fink. Quarto grande com uma cama de casal e outra de solteiro, tapete sujo, televisão antiga de 14 polegadas, ligeiro cheiro a mofo, Internet ultra lenta...enfim. Aliás, todo o bairro parecia estranho. Muito tempo para pensar. Veio tudo ao mesmo tempo, memórias de Lisboa, Paris, Montpellier, nascimento e primeiros meses/anos do Milan, viagem com ele para Paris quando tinha apenas 10 meses, a vinda para o Brasil, Luanda, as escolhas profissionais... fui dormir eram umas 2 da manhã. Exausto. Acordei às 7 com o despertador, banho, café, atravesso o trânsito nojento de São Paulo até chegar à reunião. 5 horas de discussão sobre o futuro dos Indicadores Ethos - em outras palavras, "como salvar o

Too old for this shit...

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Definitely, too old for this shit... Então, já ninguém sabe escrever? E nem falo de pessoas que nitidamente não tiveram a sorte de ter uma educação formal, um professor que ensine regras básicas de gramática e ortografia. Já gritei o suficiente sobre os “mal humor/mau-humorado”, os “mal cheiro”, os “vou tá fazendo isto ou aquilo”, os “concerteza” e os “nada haver”, “por causa que”, etc. Aliás, este grupo de erros provocou este textinho no caradelivro:    ANSIEDADE se escreve com S; DESDE se escreve JUNTO; MENAS NÃO existe; SEJE/ESTEJE está ERRADO; COM CERTEZA se escreve SEPARADO; DE REPENTE se escreve SEPARADO; MAIS é antônimo de MENOS; MAS é sinônimo de PORÉM; A GENTE se escreve SEPARADO, AGENTE só secreto; COMIGO se escreve JUNTO; e MIM não conjuga verbo. Se não for INCOMODAR (sim... é com I) cole no seu mural e melhore o seu convívio linguístico com as pessoas. Não entra nesta categoria nenhum erro de digitação. Esses são perfeitamente perdoados e perdoáveis, ok? Longe de mim a pret

Pegar, largar, ficar, namorar... um universo de possibilidades! (2)

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Eu avisei que seria em várias partes. A experiência sociológica em ambiente de laboratório foi rica! A conversa deles (Luis e a loirinha) durou mais tempo que eu consegui prestar atenção do lugar onde eu estava. Ainda por cima aconteceu algo que me fez passar de observador a ator involuntário da experiência. Perto do bar estava um casal no que parecia ser o início de um “pegar”...ou “ficar”, como queiram. Ela era muito bonita, cabelos pretos lisos que lhe iam até aos ombros, feições finas, bebia o que parecia ser uma bebida radioativa (era cor de rosa, mas um rosa que não existe na natureza) e era dona de um lindo sorriso. Ele era todo inho: baixinho, fortinho e com barbinha – aquela barba metrossexual que está na moda hoje, grande o suficiente para ter o efeito “hmmm, barba-mal-feita!”, mas suficientemente bem cuidada para não parecer vagabundo. Achei interessante ele tentar beijá-la com o corpo inteiro – quase na ponta dos pés porque ela era mais alta do que ele – enquanto ela dava u

O mundo sem Michael...(3/3)

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O anúncio da tournée This Is It! me apanhou completamente de surpresa. Assim como a morte dele, aliás. Obviamente. Eu sabia que ele estava profundamente endividado e sentia muita pena que um artista que tinha dado tanto prazer ao planeta se encontrasse nessa situação. Mas infelizmente ele não seria o primeiro nem o último – lembro-me do Mick Jagger verbalizar a surpresa dele ao encontrar Muddy Waters a pintar o teto do estúdio onde os Stones iam gravar uma musica do próprio Muddy. Surreal e tão tipicamente “nós”. Enquanto isso como eu disse aqui Erasure faz tournée mundial. Fucked up world, ain't it? In a big way . Mas eu tinha a sensação que a tournée seria fabulosa. O filme que saiu depois me conformou nessa opinião: Michael ia dar simplesmente o melhor espetáculo do Mundo...outra vez. Ia calar todas as bocas quanto à sua qualidade de entertainer. E veio a morte. Ele tinha 51 anos! E desses 51, 46 foram passados sob os holofotes. Não consigo sequer vislumbrar o que isso pode si

Pegar, largar, ficar, namorar... um universo de possibilidades! (1)

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Pois é. Isto vai ter de ir por partes porque o assunto é denso e vital. Sábado passado “caí na noite”. Vou vos contar. Isto podia se chamar de “deambulações de um quase quarentão, tímido, separado, nunca teve jeito nem paciência para a conquista e ainda menos para essa selva social chamada “a noite” e a sua respectiva fauna. Mas ok, é sábado, o filho foi para a casa da mãe, não me apetecia ficar em casa para ver a 21ª reposição do mesmo episódio de Friends, então... Havia umas semanas que um colega de trabalho me tinha avisado que a banda dele ia tocar no O’Rilley’s, um bar trendy de Brasília. Eu combinei que iria, muito embora tivesse a sensação à partida que as músicas que eles iam tocar não me iam dizer nada, já que na sua larga maioria seriam oriundas do rock brasileiro dos anos 80/90. Mas tudo bem, bóra lá. Lembrei-me de todas as outras vezes que me chamaram para sair e eu fui a contragosto e acabei por me divertir muito. Porque desta vez seria diferente? Liguei para um bom a

That's how we roll...

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'nuff said!

O mundo sem Michael...(2/3)

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Em França eu vi Michael ao vivo. Pois. Um show surreal da tournée Dangerous , salvo erro. Para mim o melhor álbum dele é o Bad . O Thriller é fabuloso, sem dúvida, além de ser um marco histórico que continua firme até hoje, quase 30 anos depois: único álbum que vendeu mais de 100 milhões de exemplares. O segundo classificado vendeu menos da metade. Beat that! Mas como costumo dizer, Bad é dele! Mostra um Michel seguro de si como nunca foi antes ou depois. Ele compôs quase tudo e coproduziu tudo com o Quincy Jones (quantos artistas podem se dar a esse luxo?). Controlou cada rédea do álbum. Resultado: para mim, um dos melhores álbuns da história. Coeso, ultra bem produzido, músicas fantásticas. Mas eu não fui nessa tournée. Stupid me! Fui na seguinte, com a minha irmã nos ombros boa parte do show (ela era pequeninha e não conseguia ver o palco). E até hoje me lembro de ter sido um momento alto da minha vida. Dangerous Tour , em junho ou julho de 1993, salvo erro. Um show inesquecível.

Peão de novo, do povo...

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Não tenho carro. Em Brasília. Isso. E eu gosto disso. Tenho saboreado cada minuto. Voltei a andar pelas ruas. Sim, porque Brasília também tem ruas... Voltei a ter uma reminiscência do que era Lisboa: andar pela cidade. Aqui, como em outras cidades "novas", as coisas são divertidas. Entre os condutores de autocarros/ônibus que fogem dos "gostaria-de-ser-passageiro", as caricatas conversas que se ouvem/tem com desconhecidos/as, as "lotações" (transporte alternativo altamente ilegal operado por particulares que roubam passageiros às linhas de autocarro regulares, que te obrigam a ter a mentalidade de um criminoso e procurar se a polícia nos está a ver entrar no carro, mas que tem a vantagem de nos deixar em casa mais rápido), o calor seco da cidade etc, daria para escrever umas tantas cronicas :) Desde o inicio da semana tenho uma rotina: seja a vir para o trabalho ou para ir para casa, coloco os fones na cabeça, música a altos berros e "let's roll w

Erasure e Amy...

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Leiam tudo e entenderão a razão do título ridículo... Hoje disseram-me (com entusiasmo) que Erasure vinha dar um show em Brasília. Sorri educadamente e respondi assim: que eles tivessem tido sucesso durante aquele tristemente patético momento artístico da humanidade chamado "anos 80" até consigo entender. Mas em 2011?...em pleno século 21??...30 anos depois????... na era da banda larga, das áicoisas e da Lady Gaga??? Depois disso vai ser o quê? Lollapalooza com Rick Astley, Kim Wilde e Bananarama? Bronski Beat e Dead or Alive também vão voltar e tocar juntos? Um duplo CD acústico e ao vivo de Enya, Vangelis e Jean Michel Jarre? Milli vanilli vão cantar e dançar de verdade? Pet Shop Boys...?!?! I rest my case, goddamnit .... Nem física quântica nem a religião organizada têm explicação para a sobrevivência da mediocridade... E olhem bem que esses dois têm explicação para muita coisa... Algures aqui ( link 1 , link 2 ) neste canto eu já vomitei a minha alergia ao saudosismo. Ju

O mundo sem Michael...(1/3)

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Como o tempo voa. Já vão dois anos desde a morte do Michael. É impressionante o buraco que ele deixou. Não que a produção artística dele nos últimos anos tivesse sido muita coisa. Eu desliguei dele um pouco depois do HIStory , salvo erro. Ou antes mesmo, não me lembro. Como muitos, acabei por apenas acompanhar a loucura mediática à volta dele – processos, operações, pele cada vez mais branca, crianças, Neverland... enfim. Cresci com Michael. Sem dúvida. Em Bissau, eu lembro-me bem que festa não era festa que não tocasse pelo menos duas ou três do Thriller. Com o recuo do tempo era surreal ouvir aquele som lá. Imaginem um país africano, recém saído do jugo colonial (em 74), ainda cheio de esperanças e motivações. Até aos meus 12 anos só ouvíamos música africana/antilhesa ou a MPB: Guiné-Bissau: essencialmente José Carlos Schwarz, Zé Manel, Mama Djombo... Cabo Verde: Os Tubarões, Bana... (tudo isso antes de entrarem à batatada, quando ainda se consideravam povos irmãos) Outras musicas ne

Pai, aquela guerra permanente...

Tão longe quanto a memória me leva, não encontro um momento de relação pacífica com o meu pai. Quando era pequeno lembro-me de surras indescritíveis pelos motivos mais absurdos, lembro-me da autoridade, lembro-me de momentos de descontração em que ele se tornava o narrador/ator de histórias da sua juventude, todas elas mais divertidas umas que as outras, lembro-me da autoridade implacável, mais baseada na violência física do que no respeito (pelo menos hoje é essa a leitura que tenho). E essa autoridade persegue-me, colada à pele, em cada momento do meu relacionamento com o meu filho. Eu que sempre apregoo o “não ter medo” fico apavorado com a ideia de cometer com o Milan os mesmos erros que acho que ele cometeu comigo. E é uma merda viver com esse fantasma. Continuando... O tempo foi passando, o casamento dos meus pais foi se desmoronando, ele foi se envolvendo com álcool (que ele não agüenta) e jogos, eu fui crescendo, o confronto foi deixando de ser pai/filho para ser homem/h

Sobre a queda do muro...

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Não é meu hábito ver filmes de realizadores desconhecidos, e muito menos filmes portugueses (de Portugal ou do Brasil), alemães, espanhóis, etc. E até mesmo o cinema Francês sofre com esse meu preconceito. Eu sei. É um preconceito mesmo. É preconceito porque nas raríssimas vezes que o fiz saí da sala de cinema com a agradável sensação de ter descoberto mais um pouco do mundo que me rodeia. E consequentemente de mim mesmo. Foi assim quando vi O tempo dos ciganos e o Arizona Dream do Kusturica , foi assim quando descobri o fabuloso 21 gramas do Iñárritu (gostos não se discutem. Prefiro de longe o 21 gramas a qualquer um dos outros que ele fez, antes e depois...), o Cidade de Deus do Meirelles , o Labirinto do Fauno do Guillermo Del Toro , o Métisse de Kassovitz , até mesmo o Reservoir Dogs do Tarantino , quando ele ainda era desconhecido e antes da fama lhe subir à cabeça. Há uns anos atrás fui ver o Das Leben der Anderen (A vida dos outros) de um realizador desconhecido chamado

Cortesia...na vida real

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Entrei no ônibus com a mochila pesada com o computador e papelada. Todos os lugares estão ocupados. Com os fones no ouvido e música de qualidade loud as fuck , dirijo-me para o fundo onde fico de pé ao lado de dois jovens com cara de quase 30, que discutem alegremente o dia. Nesse instante entram duas meninas, uma com cara de quase 30 e outra talvez um pouco mais velha, 30 e poucos, ambas lindas. As duas carregam uma minuscula bolsa de mão. Mal elas chegam perto de mim os dois cavalheiros estendem sincronizadamente os braços em sinal de "quer que eu carregue a sua bolsa?" (sim, aqui no Brasil é assim. Quem está sentado normalmente oferece-se para carregar o peso de quem está de pé. Nunca vi isso em nenhum outro lugar por onde passei). O gesto deles pareceu ensaiado. E eu pensei "que simpáticos" e continuei na minha. As duas meninas acharam piada ao gesto e uma delas aceitou o convite. Ela entregou a bolsa com um sorriso irônico no olhar que dizia algo como "vou

Eu...mas sem mim...

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De há uns anos para cá que tenho tido problemas de azias. Sempre atribui isso à mudança na minha alimentação e pensava que cedo ou tarde passaria. Até que na semana passada a dor se atingiu o limite do suportável, sensação se que o peito inteiro estava em chamas do lado de dentro, acidez na garganta, the whole sh-bang ! Fui parar nas urgências para ver se me davam alguma coisa. Depois de duas horas de espera fui chamado no momento em que a dor já tinha quase desaparecido. O médico disse que podia ser uma gastrite e aconselhou-me a ir ver um especialista. Cool . 2 horas para isso. Fui ver o dito especialista que me passou uma série de exames, entre os quais uma bela de uma endoscopia. Primeira vez. Ontem, segunda-feira, foi o dia da dita cuja. O meu irmão me acompanhou e me avisou que eu ia passar o melhor tempo da minha vida. Ok. Conhecendo o animal, veio um sorriso aos lábios. Cheguei lá, tirei relógio, carteira etc. e deitei-me na maca todo vestido, de lado. Uma das duas enfermeiras

Damaged people...

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Descobri que gosto de pessoas “machucadas”, com histórias complicadas, com rugas da vida, com pendências pessoais, com pesos na consciência consequência de decisões erradas. Pessoas que passaram por mortes ou sobreviveram a acidentes, catástrofes, dramas familiares, doenças. Pessoas com sinais de combate, com ferimentos de guerra... É uma tendência que fui identificando pouco a pouco. Não estou a falar daquelas pessoas que estão sempre mal, que têm sempre algo que não está bem, que se queixam continuamente de tudo e todos. Essas me são dificilmente suportáveis. Estou a falar daquelas que sobreviveram genuinamente a situações sensíveis, que ultrapassaram barreiras que se diziam intransponíveis. Essas pessoas não são tristes e taciturnas, não carregam o peso do mundo nas costas como um castigo supremo. A vida continuou e elas continuam com ela. Reparem que o peso ou o trauma não desaparece, apenas aprendem a lidar com a situação, a fazer do tal limão uma limonada. E normalmente tendem a

Paixão não correspondida é uma merda!

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Quando encontramos alguém que o coração acha que é “aquela pessoa”, que coisa estranha. De repente começam os filmes, imaginamos situações, vemos sinais de possibilidade – ou não vemos os de impossibilidade – em quase tudo. A simples presença da dita pessoa causa uma taquicardia ridícula, a voz, gestos, sorrisos, nem se fala. Hoje ainda temos uma versão digital do desse estado alterado que é quando o dito cidadão – sempre quis usar essa palavra :D – entra no mensageiro online, seja ele qual for (msn, gtalk, chat do facebook etc). E esse estado patético não conhece idade. Já vi o anão (para quem não sabe, meu filho) com esses sintomas todos, já vi amigos e amigas assim, e obviamente, também conheço bem esse drama. O drama é quando fica claro que não há correspondência do outro lado. Pfff, esse é o busilis! Colocamos tudo em questão, o que fizemos de errado, aquilo que tinha ficado exageradamente colorido na fase eufórica de repente fica baço, em tons pastel. Nesse momento é difícil acei

6 graus de separação...

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Sabem o que isso quer dizer? É uma teoria (não sei se comprovada) que diz que cada pessoa está a 6 graus de separação de todos os habitantes do planeta. Explico: eu conheço uma pessoa A, isso representa um grau. A pessoa A conhece a pessoa B que eu não conheço. A pessoa B está a 2 graus de separação de mim. A pessoa B conhece a pessoa C que nem eu nem a B conhecemos. Eu estou a 3 graus de C e assim de seguida (mais aqui ). Isto vai levar a uma historia triste. Aquelas coisas que pensamos que estão “longe” de nós... Tenho jogado Poker online. Melhor. Tenho tentado aprender a jogar Poker. E numa das salas de jogo acabei por conhecer um casal de irmãos de Detroit. Ambos jogam Poker há muito tempo, são muito bons e aceitaram me ensinar alguma coisa para eu parar de perder. Os 2 são novos (acho que têm entre 28 e 30) e a história triste é que ela perdeu o marido no Iraque. Nunca tinha pensado que um dia ia estar tão próximo da tragédia que é essa guerra. Independentemente de não saber as ra

Não queremos saber tudo. Só um pouquinho...

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Há coisas que não podem, não devem ser ditas. Esta frase me foi dita algumas vezes por pessoas que precisamente prezavam a sinceridade, a honestidade, a transparência nas relações... Algumas vezes, quando achavam que eu era um jovem calado, demasiadamente introspectivo, pediram-me para ser sincero, completamente aberto. E quando fui, pediram para ser menos, aplicar uns filtros. E então? Afinal em que pé dançamos? Ahhh, lembrei-me! É difícil ser coerente. Mas não deveria ser difícil tentar, pelo menos. Como em muitas coisas da vida, a “verdade” há de estar algures nesse meio-termo, não é? Mas eu tenho dificuldades com meios-termos. Quem me conhece já o sabe. Porque o meio-termo exige pensamento/reflexão antes de qualquer ação. Isso tem impacto no dinamismo das relações, das conversas, das interações, das trocas de ideias... Sem contar que é cansativo. Pelo menos para mim. Ter que pensar um pouco mais do que já penso, antes de verbalizar/agir/escrever/sinalizar? Mas não estou isento da

Já que falei de baixo...

I´m in love...

Comprei meu primeiro baixo!

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E nesse processo (re)descobri que uma marca que para mim sempre esteve associada a instrumentos baratos e de baixa qualidade: Cort! O baixo é simplesmente fabuloso, ativo, 5 cordas (ahh aquele Si grave... um Sizão!!). E toquei lado a lado com varias outras marcas mais caras e é impressionante como a diferença de preço não se justifica. E também descobri que Cort fabrica instrumentos para TODAS as grandes marcas de instrumentos, que depois só colocam a bela da marca... Agora só falta eu aprender a tocar. O interessante é que, embora hoje eu "saiba" tocar guitarra, na ordem os instrumentos de que mais gostos são: bateria, baixo, guitarra. E eles têm essa ordem de dificuldade na minha opinião (a bateria é mais difícil que o baixo, que por sua vez é mais difícil que a guitarra). Por isso é que existem tantos guitarristas, gentinha preguiçosa :) Será que até aos 60 vou conseguir realizar o meu sonho e finalmente aprender a tocar bateria?

My thoughts, exactly...

Henry Rollins Band - Liar

Saudades...

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 Sempre vivi a mudança com algum orgulho. O fato de ter mudado 3 ou 4 vezes de país, de cultura, de língua, sempre foi motivo de orgulho quando não foi de alguma altivez em relação ao mundo e aos que nele vivem. Mas isso tem um preço. Um preço que talvez eu pague com o tempo, à medida que vou ficando mais velho. Sempre tentei (e tento) não me apegar ao passado, não deixar que ele me impeça de crescer. Mas sou humano. E com o tempo cada vez mais tenho a sensação de que o “melhor” da minha vida já passou. O melhor tanto no sentido do melhor que eu tenho a dar, como do melhor que eu tenho a receber. Como dizia Lou Reed “it’s all downhill after the first kiss...”. E aí vem a tristeza. Parece uma luta sem sentido entre dois sentimentos antagônicos, ou para viver ainda melhores momentos, ou para ficar quieto e re-viver na memória os bons momentos que já passaram. A segunda opção acontece mais vezes do que eu quero, e a primeira opção, não consigo aplicar, por parecer forçada. A melhor paixão

Dependências...

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Eu tenho uma noção muito boa das minhas intolerâncias... acho... E tenho pensado nas dependências, todo o tipo de dependências – coisas, dispositivos, religiões, pessoas, substâncias... Com uma pesquisa profunda (I googled it), encontrei isto: Dependência é o essência da ocorrência de abusos. – o cão, a criança, a mulher maltratada, os deficientes e os enfermos.” O que causa dependência? A incapacidade para cumprir as necessidades de alguém de forma independente. Estudo de caso: cão de estimação Domesticado, nascido e criado longe do ambiente natural (falsa dependência) Comprado e levado para a casa nova (propriedade) Inicialmente a cargo (condicional) Incapacidade, devido ao ambiente para satisfazer suas necessidades físicas - não consegue ter acesso a um ambiente sustentável, provido de alimentos, da água e calor. Ou seja, a dependência está diretamente ligada ao abuso. Mais ainda, o abuso é uma consequência direta da dependência. Talvez seja por isso que eu sou intolerante, não sei.

Filhos - como vai ser?

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Tenho andado mais introspectivo ultimamente. Mas não abandonei o Blog. É só que os pensamentos e emoções têm sido tantas e intensas que tenho tido talvez, alguma dificuldade em processar tudo antes de vir aqui partilhar. Mas está tudo bem. Vai dar tudo certo! :) O engraçado com o um blog pessoal é que mesmo assim ainda não é o lugar onde vamos dizer absolutamente tudo, não é? Tanto quem escreve como quem lê não está pronto para tanta honestidade. Hmm. Nota para myself: escrever sobre isso! Adiante! O meu sobrinho nasceu. Na verdade nasceu mais um sobrinho :) É o Pablo, filho do Pedro, meu irmão mais novo, aquele que sempre foi o nosso “bebê”, mesmo sendo maior do que qualquer um de nós. Vê-los com o bebê foi um momento emocionante. Muito emocionante. É como o fecho de um ciclo, inicio de outro. Nós os três já saímos da infância/adolescência/vida de jovens adultos, para passar a ser pais. A felicidade está estampada na cara deles e é tão boa de ver e presenciar. O Milan também

A loucura da normalidade...

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Há dias que tenho esta frase na cabeça. Li no jornal que um homem, não sei onde nos arredores de Brasília, matou 2 pessoas por causa de um casaco (ou algo similar). E tentei entender o estado de espírito do tal homem, como se pode ser autor de um crime por razões tão surreais. E não se trata de um louco nem de álcool. Simplesmente “surtou”, como dizem aqui. Por uns meros segundos ou minutos fatais... Na mesma semana, no supermercado do meu bairro, um cliente descontente com as filas pra pagar insultava todos os empregados da loja. Uma das frases que ele dizia é “lugar de vadia é na zona!”. E repetia solenemente, sem apontar para ninguém em particular. Quase respondi para ele “o senhor fala com a propriedade de quem tem conhecimento sobre a dita zona, não é?”. Mas depois me lembrei do outro homem que tinha matado duas vezes por causa do casaco. E lembrei-me do meu filho, minha família, meus amigos, calei-me, sorri covardemente, paguei e fui embora. E nesse momento lembrei-me do John Doe