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Mostrando postagens de 2012

Promessas de ano novo revisitadas...

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Em 16 de dezembro de 2010 eu escrevi este texto aqui . Engraçado como eu tinha a certeza absoluta que era no fim do ano passado. Nada. Foi há dois anos atrás. Como o tempo parece voar, ultimamente...   Enfim, vou aproveitar estes últimos dias de 2012 para fazer um balanço das promessas que eu mesmo me tinha feito há 24 meses atrás. Vamos lá: Expectativas pessoais: Formar a “minha” banda, compor, tocar ao vivo...dar a conhecer Quase aconteceu . Encontrei as pessoas certas, mas talvez no momento errado. Não havia disponibilidade para tocar a ideia adiante. Em contrapartida, acho que no próximo ano devo ter uma banda de Blues. Não é exatamente o que tinha em mente, mas já é muito melhor do que não fazer nada. Fazer umas férias só com o filhote – neve? NY? Praia no Brasil? Alguma lugar que ele não conheça... Feito . Uma semana em São Paulo, cumprindo uma programação exclusivamente dele. Fabuloso. Deixou sabor de pouco. Já me estou a organizar para repetir a viagem em 2013.

Não consigo...

É extraordinário como não consigo... You can lead a horse to water, but you can't make him drink...

O preço da ausência...

Tenho uma irmã que mora em Paris e um irmão que mora em Nova Iorque. Com as suas respectivas famílias. Eu já morei em Bissau, Lisboa, Luanda, Paris, Montpellier e Brasília. Fora Bissau, já trabalhei em cada uma dessas cidades + Madrid. E tenho amigos queridos em algumas dessas cidades. Amigos daqueles para quem eu daria a vida se necessário. Imagino os suspiros e exclamações. Quando me fazem a pergunta sobre de onde venho, conto essa versão rápida sem tentar entrar em muitos detalhes. E invariavelmente tenho direito a olhares fascinados. Não vou dizer que não foi bom, muito embora tenha sido a consequência de um "ir para onde o vento me leva" desorganizado. E esse aparente glamour tem um preço. Antes de escolherem esse caminho, é bom saber o preço. tudo tem um preço... A minha irmã está doente. Do outro lado do mundo. Não posso fazer nada. Ou muito pouco. É uma frustração que vai até à dor. Não desejo isso a ninguém. Acho que que a última vez que me senti assim foi quand

Num momento de descuido...

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Quinta-feira de noite. Uma vez não é costume, saí de casa e dirigi-me a pé á rua dos bares, aqui perto. É uma rua que, de quinta a sábado, está sempre muito animada. As minhas opções eram ficar em casa e trabalhar nas músicas, ver um filme, ou sair um pouco para espairecer. Podia ter ligado para alguns amigos e teria arranjado certamente alguma coisa interessante para fazer. Mas decidi sair da zona de conforto: nada seria mais desconfortável do que ir sentar sozinho num bar num dia de grande afluência. E lá fui. Sentei-me no primeiro que tinha um ar assim mais original. Nem me lembro do nome. A decoração era uma mistura de objetos saídos dos anos 70, com alguns itens mais geeks pelo meio. Era ali mesmo. Não havia mesa livre no lado de fora, só “dentro”. Coloco as aspas porque o “dentro” era meio fora também, já que o bar não tinha portas. Sentei-me á mesa que ficava mais perto do passeio, com intenção de observar melhor as pessoas que passavam. Pedi uma cerveja escura – impressiona

O segredo dos ricos...

Entre os e-mails sobre Viagra, musculação, crianças-em-estado-terminal-a-quem-a-Microsoft-vai-doar-USD1-por-cada-mensagem-encaminada, os “aumente o seu pênis e o pedido de ajuda do advogado oficial “Zé” da Costa do Marfim que precisa da minha conta bancária para transferir um dinheirinho, hoje recebi um e-mail vendendo um livro chamado “Investidor vencedor”. A propaganda dizia “O segredo dos milionários desvendado! Se não funcionar, reembolsamos o DOBRO do valor do livro!”. Eu cliquei, por curiosidade. E lá fui parar numa página onde tudo e nada era explicado. Tinha até um vídeo do autor do dito livro. Fui até ao final da página, encontrei um e-mail de contato e mandei a seguinte mensagem: “fiquei interessado em comprar o seu livro, mas antes gostaria de perguntar a quanto se eleva a sua fortuna. Grato pela atenção.”

Diário de viagem. Etapa 1: Brasília – Nova Iorque

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Desde que cheguei a Brasília em 2006, só fiz uma viagem internacional e foi uma coisa curtíssima, 2 dias em Nova Iorque só para a TAM não ficar com as minha milhas . Não tinha voltado a Lisboa desde 2006. E a Paris desde 2002. E são duas cidades onde vivi 8 e 14 anos, respectivamente. É muito tempo. A Nova Iorque sempre quis voltar com mais tempo, a cidade me fascina. E agora, como o meu irmão acabou de se mudar para lá, não havia desculpas. Pedi 3 semanas de férias e preparei-me para visitar 3 continentes, rir com muita gente querida, sentir sabores e cheiros que outrora me eram familiares.   A primeira etapa da viagem era o voo Brasília – Nova Iorque. Para poupar, eu só tinha comprado Brasília/São Paulo/Miami, com milhas. O pedaço Miami/Nova Iorque foi comprado à parte. O plano era simples: saída de Brasília às 5 da manhã do dia 1 de setembro, chegada a São Paulo (Guarulhos) às 6:30, voo às 10:30 chegando a Miami às 18:05, dormir lá e voar às 6:00 do dia seguinte para Nova Ior

Ciclos...

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Fim de um ciclo, início de outro. Há meses que não escrevo no blog. É um belo momento para um balanço. Mudei de casa, mudei de trabalho – mesmo se dentro do mesmo grupo empresarial – e fiz uma pequena volta ao mundo. Há seis anos que me mudei para Brasília, num projeto de vida que mudou um pouco daquilo que eu tinha em mente. E é sempre assim, as coisas raramente acontecem completamente conforme o plano. A grande mudança foi obviamente a minha separação, esta nova vida de pai a part-time é algo para o qual não estava preparado. Mas somos seres extraordinariamente adaptáveis, maleáveis. Depois do choque, foram se criando novos hábitos, novas rotinas e no fim, tudo acabou por dar mais ou menos certo. Passamos todos por momentos problemáticos e sobrevivemos. Hoje tenho a nítida sensação de estar no começo de um novo ciclo, de uma nova realidade, embora não faça bem ideia do que vai ser. Mas a sensação é ótima. É por isso que quis fazer esta viagem que planejei mil vezes no

Suicídio...

Só a palavra me faz tremer... No começo desta semana, soube pela minha mãe, que o filho de um casal muito amigo se tinha suicidado. Eu me lembro bem dele, tínhamos mais ou menos a mesma idade. Quando os conhecemos, tínhamos uns 14 ou 15 anos, por aí. Lembro-me que ele tocava violino e tentou algumas vezes me ensinar. Não consigo imaginar como se sente a família dele - pais e duas irmãs. Mandei um e-mail mas só consegui escrever que "não sabia muito bem o que dizer ou fazer para ajudar a amenizar a dor". E senti a dor deles. Sempre sinto a dor deles, certamente nunca na sua plenitude, mas o suficiente para me desequilibrar, me tirar do eixo de forma negativa. Eu estava no meio de uma reunião quando vi o e-mail da minha mãe. E tudo ficou silencioso, os tímpanos taparam como se estivesse num avião... A sensação de too close to home veio à tona. Tenho histórias de suicídio e tentativas de suicídio na família. É tabu total. Talvez até vergonha. Provavelmente muita ve

I do that a lot...

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Apologize for the good things you've done...

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Uma vez eu vi um documentário sobre um das minhas bandas preferidas, Fishbone. O documentário tinha o mesmo nome que o que era na altura o último disco deles: "The Reality of my Surroundings" - en passant , é um disco absolutamente fabuloso, que aconselho a qualquer terráqueo com o orelhas limpas e abertas. Mas não é disso que se trata, aqui. No documentário, como dizia antes de ser interrompido por mim mesmo, os vários integrantes da banda são entrevistados. Uma das perguntas que lhe é feita é precisamente "what is the reality of your surroundings?". O baixista, John Norwood Fisher respondeu assim: The reality of my surroundings is that I always try to do right, but end up doing wrong. Oh lord have mercy! Essa frase sempre me fez pensar na nossa realidade, na minha condição humana em pelo menos tres graus: A minha capacidade em aceitar os erros dos outros e, mais importante ainda, os meu próprios erros. Um pouco mais profundo, em como aceitar que um

Ignorância é benção...

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Levei uma pancada como nunca levei na vida, ao jogar futebol com um pessoal um pouco mais entusiasmado. Ao tentar entrar enter dois jogadores - um deles do meu time, stupid me - para pegar a bola, um joelho encontrou com a minha coxa direita, como o que me pareceu ser o máximo de força possível para este tipo de encontro. Voei. Gritei. Quase chorei de dor. E fui para casa. Fui ver o médico no dia seguinte e ele me passou um medicamento. Mas todo essa autocomiseração é apenas o prólogo para o que realmente importa! Ontem tive a boa ideia de ler a bula do medicamento. Stupid me...again ! No primeiro parágrafo da parte que fala de "interações medicamentosas", aparece a seguinte pérola: Existem relatos de que a tiamina pode aumentar o efeito de bloqueadores neuromusculares, desconhecendo-se o seu significado clínico. Eu ri sozinho em casa durante uns bons 15 minutos... Pelo menos, não podemos acusar de falta de honestidade ou transparência. PS: Ao pesquisar uma im

Coisas que não entendo... (1)

Porque será que os médicos marcam consultas em horários específicos se eles nunca os respeitam? Normalmente é no meio do expediente do comum dos mortais - nunca é cedo de manhã, no horário de almoço ou depois do trabalho - e quase sempre em horários esdrúxulos como 16:25! Como se nos quisessem dar a bela impressão que é tudo muito organizado e cronometrado. E ficamos lá sentados, na bem nomeada sala de espera, com esperança de sair de lá antes do Sol se pôr. Se a profissão fosse assim tão cronomilimetricamente ajustada, porque é que têm salas de espera?? A minha opinião é que deveriam abrir o jogo e ser sinceros logo no momento da marcação da consulta: Eu: Boa tarde! Gostaria de marcar um ecografia da coxa direita Ele: Pô, cai pra cá na terça que eu te atendo! Eu: A que horas? Ele: Qualquer hora, aparece aí!

Língua e linguagens...

Supostamente, falamos a mesma língua. Supostamente apenas. Mas eu tendo a ser muito semântico com a língua. Eu: prazer em te conhecer. Ela (enfaticamente): o prazer foi todo meu! E eu pensei para com os meus botões “credo! Que egoísta...” Há uma expressão muito usada aqui nas terras de Vera Cruz: vou querer! Imaginem a cena: estou em casa com convidados e pergunto: Quer vinho, cerveja, suco ou água? A resposta é quase invariavelmente “vou querer [líquido escolhido]!”. Normalmente, se é uma pessoa próxima, que me conhece bem, eu costumo perguntar calmamente “E quando é que vais querer? Daqui a 5 minutos, 30 minutos, 2 horas...só para eu me organizar..."

Um diálogo fantasmagórico...

Há anos que tenho este diálogo na minha cabeça. Durante muito tempo tive a certeza de ter tirado de alguma filme ou série televisiva. Mas já pesquisei horas e não encontrei absolutamente nada, em nenhuma língua familiar (português, francês, inglês ou espanhol). No entanto a situação é relativamente clara na minha mente. O personagem 1 - mulher, parece estar nos seus 20 e poucos anos - acabou de reaparecer para o personagem 2 - indefinido, não sei se é homem ou mulher - depois de algum tempo desaparecido. A sensação que tenho é que ela tinha fugido, e depois de um tempo - que não sei dizer se foram dias, semanas, meses ou anos - voltou a casa ou assim. E segue-se o curtíssimo diálogo: P2 (numa mistura de raiva, preocupação, alívio): Onde estiveste? O que aconteceu? Porque desapareceste assim? Porque não nos contaste onde estavas? P1: Apenas quis ver o que havia lá fora, como eram as coisas, como era a vida... P2: Podias ter perguntado, simplesmente! A vida é cheia de cheiros estran

Truth be told...

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Adoro a internet. É, sem mínima dúvida, uma das melhores invenções do milênio - presente e passado. Uma das coisas que gosto de fazer é apenas navegar, sem objetivo particular, clicar em links uns atras dos outros. Acontece sempre o momento em que encontro algo que me faz rir às lágrimas, refletir, ficar triste, escrever, etc. É uma viagem sem sair de casa bastante agradável, uma montanha russa virtual. Quando eu ainda estava no caradelivro e no G-mais, eu costumava colocar imagens que me tinham tocado de alguma forma. A maioria delas tinha o ponto comum de mostrar que o ser humano tem uma criatividade sem limites, e é capaz de espremer felicidade de absolutamente qualquer coisa. Qualquer mesmo. Gosto disso.

A dicotomia do políticamente correto...

Um dia eu conversava com o meu filho e perguntei se ele tinha namorada ou namorado. Gravei a conversa e coloquei num blog que eu mantinha, falando sobre ele, as coisas interessantes que ele dizia, etc. Lembro-me de um amigo ter ficado escandalizado por eu ter perguntado se ele tinha namorado. Escandalizado talvez seja um exagero, mas que ficou incomodado, ficou. E eu não esperava isso dele visto que ele é uma pessoa com mente aberta. Ou melhor, não esperava a velada reprimenda. As pessoas são "mente aberta" até certo ponto. Quando a coisa lhes toca na pele, a história é outra. É algo do tipo: Não sou homofóbico mas o meu filho não é homossexual... Sou pró equidade até a minha colega ser promovida no meu lugar... Não sou racista até a minha filha se apaixonar por um asiático... Não julgo pelas aparências mas não contratarei aquele jovem com dreads e piercings , pós graduado e melhor candidato para o cargo... Haja paciência...

Voltei...

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O último texto foi no ano passado. Passei pro um período de recolhimento, de mudança. Saí da "net", mudei alguns hábitos, fui ver se há vida lá fora. E há. E como aqui também há, aqui estou. Senti saudades do meu blog, deste blog especificamente. Esta escrita é salutar. Este monólogo é salutar. Ás vezes é diálogo. Como dizia o Larry Flint , "the pervert is back" :)