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Mostrando postagens de outubro, 2010

Coisas...

...com que eu não sei lidar arrogância sem "back-up" (Muhamad Ali, Frank Lloyd Wright, etc são exemplos de arrogância com "back-up"), família, frustração, mulheres com peitos bonitos, idiotice (não sei se fico irritado, se sinto pena...), pessoas mais convencidas que eu, criticas inúteis ou sem mais valia, perguntas retóricas (ex: atendo o telefone no escritório a pessoa que que ligou pergunta se eu já cheguei ao escritório), projectos eternamente por acabar (ou mesmo começar), a ausência do Tiago, Deus, meu filho quando me pergunta pelos avós maternos ou avô paterno, historias sem ponto final, vertigem, amor, eternidade, o tamanho e a variedade do/no mundo, racismo/ sexismo/ paternalismo/ capitalismo/ comunismo/ neoliberalismo e os demais ismos... ...que não gosto politica (não quer dizer que estou nem aí...), reviver o passado, sentir-me impotente, ler, falta de carácter (sobretudo quando é minha), salsa, peixe (salmão não é peixe!), doença, esforço, gordura (salm

Tiago...meu irmão

Isto agora vai ainda mais triste. Fujam enquanto é tempo... (Já viram como gosto de usar reticências? Será que isso quer dizer que não gosto de “acabar” as coisas? Que estranho. Penso de mim precisamente o contrário. Como me posso enganar tanto?) Para quem não sabe, tenho hoje 2 irmãos, ambos mais novos. No entanto, houve um momento (curto) na minha história em que fui o irmão mais novo de alguém. Foi durante o primeiro ano da minha vida. Tinha um irmão mais velho chamado Tiago, um ano mais velho que eu. Ele morreu num acidente de carro quando tinha 2 anos. Fora o drama do acidente em si, a morte de um ente muito querido, de uma criança, de um filho/irmão/neto, a morte dele teve outra particularidade que criou um tabu na família: quem ia ao volante do carro era a minha tia, irmã mais nova do meu pai. A história contada é que num domingo o meu irmão e eu tínhamos ficado em casa da nossa avó paterna enquanto os nossos pais iam ao cinema (ou passear, ou festa, algo do gênero). A noss
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Completei 39 anos no passado dia 10. E festejei com pompa e circunstancia, pela primeira vez. A data ficou tão simbólica que eu não podia deixar passar em branco – 10/10/10! A diversão dos festejos começou logo com o envio do convite, onde eu dizia que estava a entrar no meu 40º ano de vida. Gerou-se logo confusão porque a maioria achou estranho eu completar 40 anos – não sei se é “só 40?” ou “40, já?”, não que isso faça uma enorme diferença, claro. A festa foi muito boa, juntamos 2 aniversariantes, 1 despedida de um amigo que se muda para Paraty, 2 bandas e mais musica para dançar. E foi muito bom! Há muito tempo que não passei tão bem numa festa. Mas este post tem outra veia. Desde que supostamente sou adulto, cada vez que faço anos penso quão diferente sou – ou somos – da geração dos meus pais. Eu me lembro dos meus pais com a minha idade ou até um pouco mais novos, e não reconheço em mim o grau de maturidade que eles tinham. É uma situação surreal. É verdade que hoje também sou pai

100 palavras

100 palavras para me lembrar quem sou, do que gosto, quem amo ou amei, de onde venho, onde gostaria de ir, como gostaria de estar. 100 palavras para me explicar o vazio, apaziguar o vento ou aproveitar o passeio. 100 palavras que podem suavizar a violência do desmantelar de quase tudo, atenuar o fedor do esquecimento e pintar o vácuo com cores as cores da luz. 100 palavras para renascer outra vez e sorrir com o olhar, apreciar a chuva e a memória de dias melhores que já começaram. Tipicamente eu. Com espaço para dizer tudo e ficar sem palavras... :-P

I'm black and I'm proud!

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Sempre achei essa frase, tornada famosa pelo James Brown, idiota. Podem substituir a cor por qualquer outra cor e ela continuará igualmente idiota. É tão ridícula, essa coisa de ser "orgulhoso de ser [preencher com qualquer cor de pele que se adéqüe ao seu caso]". É completamente idiota. É tão idiota quanto ser orgulhosa de ser mulher, ou homem, ou brasileiro, ou polaco, ou português, ou homossexual, ou alto, ou baixo... Percebem onde quero chegar? Vou ter que explicar? Ok, eu explico. E vou fazer apenas uma pergunta: o que fizeram para ser [preencher de novo com qualquer cor de pele que se adéqüe ao seu caso], ou mulher, ou homossexual, ou alto? Que esforço essa particularidade, essa característica, esse resultado de combinações genéticas aleatórias, exigiu de vocês? Pois... Absolutamente nenhum! Como posso ter orgulho de ter feito... nada? Ah! E uma publicidade da Benetton, sem razão, para voces...

Memórias da chuva...(3)

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Em França não me lembro ter alguma vez sentido vontade de ir tomar banho de chuva. Era aquela chuva fininha, educada, que cai durante horas com intensidade variável, suficiente para impedir qualquer atividade ao ar livre, mas não suficientemente forte para nos dar vontade de mergulhar nela. Ela não deixava de ter aquele cheiro característico – antes e depois, mistura de terra molhada, humidade, mar – sim, cheiro a peixe. Acho que foi a primeira vez que eu tinha associado uma coisa à outra. Lembro –me que eu adorava jogar tênis nas quadras cobertas do clube, com as portas laterais suficientemente abertas para deixar passar uma aragem revigorante durante o jogo. Acho que devo ter jogado o meu melhor tênis nessas circunstâncias. Momentos mágicos! Quando voltei para morar em Lisboa, tinha esperança que a chuva fosse mais africana, pela distância. Mas não foi assim. A chuva lisboeta era a mesma chuva francesa, miúda, insistente, insidiosa. Ainda por cima como quase sempre moramos em prédios