Filhos - como vai ser?

Tenho andado mais introspectivo ultimamente. Mas não abandonei o Blog. É só que os pensamentos e emoções têm sido tantas e intensas que tenho tido talvez, alguma dificuldade em processar tudo antes de vir aqui partilhar. Mas está tudo bem. Vai dar tudo certo! :) O engraçado com o um blog pessoal é que mesmo assim ainda não é o lugar onde vamos dizer absolutamente tudo, não é? Tanto quem escreve como quem lê não está pronto para tanta honestidade. Hmm. Nota para myself: escrever sobre isso!

Adiante!
O meu sobrinho nasceu. Na verdade nasceu mais um sobrinho :) É o Pablo, filho do Pedro, meu irmão mais novo, aquele que sempre foi o nosso “bebê”, mesmo sendo maior do que qualquer um de nós. Vê-los com o bebê foi um momento emocionante. Muito emocionante. É como o fecho de um ciclo, inicio de outro. Nós os três já saímos da infância/adolescência/vida de jovens adultos, para passar a ser pais. A felicidade está estampada na cara deles e é tão boa de ver e presenciar. O Milan também ficou feliz por ter agora um primo mais perto, mesmo se esse primo não vai poder “ser aproveitado” antes de alguns anos. :)

E isso tudo me levou para um sonho que eu tinha de ter vários filhos. Sempre tinha pensado em ter pelo menos três. Aliás, sempre tinha pensado que o primeiro seria uma menina. Até sonhei com ela umas vezes há uns anos atrás. E também tinha pensado em adotar. Sempre foi uma vontade. Com tanta criança precisando de uma lar, uma família, parecia-me um gesto um tanto egoísta querer ter filhos naturais. Ainda acho que é, embora entenda as razões e os motivos. A experiência da gravidez/parto é realmente algo único, sobretudo para a mulher.

Com a separação a ideia de ter mais filhos quase desapareceu. Mas depois pensei que poderia adotar. Sim, sou pai separado/solteiro/whatever. E depois? Isso quer dizer que não posso cuidar de mais uma criança? Claro que não. E já ouvi historias de pais em situações similares que conseguiram adotar. Ou seja, é possível. E durante uns meses entusiasmei-me pela ideia, pesquisei, conversei, fiz contas. É possível. Até falei com o Milan sobre isso e ele também adorou a possibilidade de ter uma irmã ou irmão. Eu tinha um objetivo e estava tudo bem encaminhado para que, em 2012 – minhas finanças mais estabilizadas, as mudanças profissionais que estão para acontecer já mais consolidadas – eu pudesse começar o processo.

Até que um dia, numa das minhas caminhadas introspectivas, tive a triste epifania. Tudo é diferente do normal na minha situação. Sou separado, mas tenho a guarda compartilhada do filhote. Isso quer dizer que o nosso filhote passa metade do tempo com a mãe e a outra metade comigo. Ou seja, se eu adotar uma criança ela vai passar mais tempo comigo que o Milan. Como é que isso se conjuga? O processo de separação já foi difícil para ele, com os normais e absurdos sentimentos de culpa e responsabilidade pela separação dos pais. Qual a chance dele não se sentir rejeitado quando o pai cuidar mais do novo irmão/irmã do que dele mesmo?

Dei-me conta que nesse processo, como muitos seres humanos fazem, talvez tenha pensado primeiro e mais em mim. Ouch... essa doeu. Coerência David. Coerência! 
Back to the drawing board...
PS: Gosto muito dessas pessoas que estão na foto. Por várias razões :)

Comentários

  1. Repensar a idéia de ter filhos, seja em que circunstância for ou por que razão for, é sempre um ato sensato. ;)

    Beijos.

    Sanflosi.

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  2. Sabes que discordo, mas sei de onde vem esse pensamento ;)
    Beijão

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