Dia 27, de 33!

Gonzar - Melide: 33,3 km

7h. Parti do pressuposto que o restaurante estaria aberto para café da manhã logo às 7h e…só abria às 7h30.

Peguei a estrada, na esperança de ter alguma coisa aberta na frente. Pelo menos a névoa matinal manteve o caminho fresco e deu para eu fingir de artista.

Uma hora depois, encontrei um café aberto: suco de laranja fresco e bocadillo de jamón y queso devidamente acomodados na lateral do estómago, pé na estrada.

Esta imagem é apenas para dizer que reconheci o lugar onde, em 2017, a esposa decidiu que já estava cansada do Caminho e queria seguir logo para Santiago pela autoestrada: ela desceu essa rampa com uma vontade e velocidade, enquanto ficamos atrás gritando que não era por aí, era pela estrada na direita. Como ela não escutava, eu fiz meu melhor sprint, dublado de gritos desesperados, até alcançar a menina, explicar a situação e ter de subir tudo de novo, porque ela pedala muito forte, ainda por cima. Rendeu gargalhadas depois, claro.

Ontem não fiz massagem nos pés, porque fiquei na conversa com uns brasileiros que vão para Portugal depois de Santiago, e pediam dicas de lugares para conhecer. Aí, depois do jantar, o albergue desligou as luzes às 21h. Resultado: hoje, os pés se queixaram durante grande parte do caminho. Foram "só" 30 km, mas foram sofridos. E quando temos dor nos pés, ou em qualquer outra parte do corpo, na verdade, fotos deixam de ser prioridade. Então, temos estas.

No quintal de um café, formigas gigantes simbolizando algo como "pequenos passos de cada vez".

Achei especial, esta casa solitária, no meio de uma propriedade gigantesca, numa colina.

Palas del Rei é o final da etapa, para quem saiu de Portomarín. Como eu dormi uns 8 km depois de Portomarín, a caminhada continuou.

Lá em cima, daqui a pouco estarei eu, a caminho de casa.

E Melide, finalmente!

Por absoluta coincidência, fiquei no mesmíssimo albergue onde tínhamos ficado em 2017. O meu celular conectou no Wi-Fi deles automaticamente, porque, segundo o rapaz da recepção, senha não mudou desde 2015.

Os velhinhos da praça e o arco-íris.

Meu jantar, numa das duas pulperías mais recomendadas da cidade. Preço nada a ver com o menu do peregrino, mas valeu a pena.

E por hoje, é isso. Santiago está a 60 km.

Paz!