No meu canto...

Em Fortaleza a trabalho, depois do café, conversa com o rapaz no balcão do hotel: Eu: Bom dia! Tudo bem? Ele: Bom dia! Tudo bem. E o senhor? Eu: Tudo, obrigado! Então... Ele (sorrindo, já com cara de "lá vem!"): Sim? Eu: Aconteceu algo que nunca me aconteceu e talvez nunca tenha acontecido na história deste hotel. Ele (cara de surpresa): O que aconteceu? Eu: Eu estava no elevador, subindo para o meu quarto, cartão magnético do quarto numa mão e celular na outra. Aí um mosquito veio... Ele (já começa a rir). Eu: Como eu dizia, o mosquito veio e eu tentei afugentar a criatura com o cartão magnético. Ele (já gargalhando) Eu: Calma, peraí! Ele (tentando se recompor): Sim, sim, senhor! Eu: Aí, fiz um gesto rápido com o cartão e... o cartão escorregou da minha mão, caiu no chão e, antes que eu pudesse fazer seja o que for, entrou no espaço milimétrico entre as duas portas do elevador. Ele (quase chorando de rir): Comassim?? Eu (também rindo junto): Cara (a essa altura já éramos ami...

 Como navegamos uma montanha russa de sentimentos, no decorrer de minutos... Eu voltava de um belissimo ensaio, eram umas 23h. No rádio do carro, uma locutora estava educadamente indignada com as notícias que tramitia. Ouvi estas duas, entes dela mudar de assunto. Era algo como: 4 homens foram, agora não sei se acusados, presos ou indiciados por terem espancado até à morte, um homem ou jovem que tinha roubado um chocolate numa loja, mercearia ou mercado. Espancado até à morte. Por um chocolate. E deixaram o corpo inerte desse pobre coitado, e simplesmente foram embora. Um policial foi, também agora não sei se acusado, suspenso da polícia, preso, etc, por ter morto um jovem com um tiro na cabeça. O jovem saia do trabalho e corria para pegar um ônibus. O tal policial o confundiu com um ladrão. E o matou com um tiro na cabeça. Ouvi isso, enquanto dirigia para casa. Senti falta de ar, senti as lágrimas me arrebatarem, como quando vi o corpo do meu pai, na funerária. Foram lágrimas idên...