Não me tinha dado conta que a última vez que escrevi aqui, foi quando meu pai faleceu. Ainda não passou, sensação de ainda não estar em paz com isso. É estranho. E agora vou escrever sobre uma loucura que começa hoje: vou fazer o Caminho de Santiago de Compostela a pé. Fim de abril encerrei um ciclo profissional de 17 anos e decidi aproveitar para realizar este desejo de muitas décadas. A nossa mente tem esse poder especial de concatenar dados e fazê-los ter sentido dentro de uma tese, não é? Então todos os "sinais" me disseram, durante as últimas semanas, que o momento era agora. E segui cegamente, quiçá irracionalmente, esse ímpeto. A minha Flor, que já fez esse périplo inteiro de bike, não quis tentar fazer a pé, que é a forma que eu sempre disse que queria fazer. Cada um no seu tempo. Talvez façamos juntos um dia, este ou outro "caminho". Juntos. Levo 9 kilos de "coisas". Por enquanto está tudo nesse saco de roupa suja azul. Estou no aerop
Huarte - Puente la Reina: 29 km Era para ser mais um dia feliz, mas seja lá quem for que controla a chuva, decidiu que não. Hoje não seria um dia feliz. E eu iria ajudar, claro. Acordei às 7h, de uma linda noite. Chovia a cântaros. Espetáculo. Preparei tudo em menos de uma hora e, sorte, logo quando ia sair, a chuva parou. Ficou só o cheiro e uma cidade que dormia, silenciosa. Huarte fica no extremo norte de Pamplona, então eu tive de atravessar a cidade de ponta a ponta, sempre com atenção na sinalização do Caminho, que nem sempre é evidente. A chuva voltou, torrencial, e me castigou durante uns 20 minutos seguidos, enquanto eu seguia o rio, pelo que parecia ser um parque. Cheguei ao castelo e a chuva parou. Talvez seja respeito pelas autoridades, sei lá. Uma cidade que acordava pouco a pouco para o domingo. Era domingo? Acho que sim.
Saint Jean Pied de Port - Burguete: 30 km. Acordei às 6h00, de uma noite mal dormida - cama horrível, quarto quente, saco-cama ainda mais quente, roupa desconfortável (deitei quase como cheguei), enfim... No café da, conheci finalmente a dona do albergue, muito simpática e cheia de dicas para a 1a etapa. Uns senhores franceses ironisavam e riam da dificuldade da etapa. Uma velhinha francesa e eu não rimos. Com o estômago aconchegado, fui para o centro do peregrino buscar um passaporte e o primeiro carimbo da jornada. Aproveitei e passei numa loginha e comprei a garrafa de água e o canivete que faltava. Conheci o Sérgio, um português do Puórto, professor de empreendedorismo da Universidade de não-lembro-onde, com quem faria uma parte da etapa. E começamos! Se eu tivesse uma definição para esta etapa, seria o même "well, that escalated quickly !". A etapa evoluí rápida e desnecessariamente para níveis de dificuldade surreais. Do nada. A parte fácil da etapa durou os
j'en pleure d'émotion !!!
ResponderExcluirtrop bon !!
Djamila
irma do cantor e do guitarista !
Barai, vocal semi-AC/DC, demorou para abalar o crowd da parada.
ResponderExcluirEste terremoto é muito melhor que o monstros espacial Rorizilla!
Metal!!!!!!
Sem dúvida, um momento alto na minha "carreira"! Espero ter mais, ainda este ano ;)
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