New York, New York!

É. Fui a Nova Iorque. Um sonho de várias décadas se realizou da forma mais estranha do mundo. Não foi a viagem que eu sonhei, nem com fui com quem eu sonhava ir. Mas uma pequena frase me ficou na boca e na mente depois destes 2 dias e meio. Uma frase, um conceito, uma epifânia, com todo o seu peso: encontrei a minha casa!

Durante todos estes anos eu sonhei em vir conhecer esta cidade. Não era o sonho americano. Era – e é – o sonho Novaiorquino. E encontrei quase tudo o que sonhava e muito mais.A cidade tem pessoas de toda a parte do mundo. Em 40 minutos de trajeto entre Brooklyn e a 14th street, ouvi 33 linguas/dialetos diferentes. Sim, perguntei a cada vez. E o mais fabuloso é que o inglês estava de par a par com algumas outras línguas, entre as quais o português. Eu já conhecia Washington e o interior da pensilvânia, mas isto é outra coisa. A cidade tem comidas, roupa, atrações, filmes, musica, religiões, cores, cheiros, palavrões e insultos, sorrisos, etc, de toda a parte do mundo. A sensação simples é essa: estar em NY é estar em todo o mundo ao mesmo tempo. Uma sensação que eu, autonomeado cidadão do mundo, abraço com muita emoção. É como eu disse, senti-me em casa!

O que vi na cidade? Vi pessoas diversas. Aliás não imaginava que a espécie humana pudesse ser tão diversa assim. Vi pessoas com chifres (literalmente), cowboys de cueca e guitarra em Times Square, grupo de dançarinos de rua, lésbicas e gays se beijando na rua e eu era o único que olhava, vi a cidade inteira do topo do Empire State Building e vazio deixado pelas torres gêmeas do World Trade Center.

Sobre este assunto, estive lá no ground-zero e, 10 anos depois, a atmosfera ainda é pesada. Não consegui tirar nenhuma fotografia, de tão grande que é a emoção. Partilhei lagrimas silenciosas com americanos e demais turistas que lá estavam, na visita do pequeno - e provisório - museu da memória. O tamanho da catástrofe não pode ser transmitido por nenhuma televisão ou reportagem. Não consigo imaginar o que deve ter sido ver aquelas 2 torres cair que nem um castelo de cartas. E percebi porque o Mundo inteiro reagiu como reagiu. Pela diversidade da cidade acho que vários países, várias culturas se sentiram atacadas ao mesmo tempo. Eu lembro-me que muito embora tivesse acompnhado todo o drama na TV, sempre fica a impressão que é ficção, que não é real. Pois os buracos, o vazio é bem real. Em alguns momentos é quase palpável...

Continuando...

Vi-me em vários filmes e toquei lugares por onde famosos estiveram, bati a cara na entrada do Electric Lady Studios do Jimi em Grewich Village - e ouvi Voodo Chile nesse momento, vi a loja onde ele comprou a guitarra que ele queimou em Monterey, comi um chicken pad thai fabuloso por US$ 7.99 num restaurante pacato da 8th Avenue, andei a pé do meio do Central Park até o business district - um passeio de quase 2 horas sem nenhum stress pois a cidade é muito "walker friendly", passei por Chinatown onde não há uma palavra compreensivel (escrita ou falada), comi um não-sei-o-quê com massa e suí pók (sweet pork) por fó thwlti (four trirty, por mim aqui até podia ter resto de cachorro ou gente, não dava para distinguir nada no prato...), contei milhares de yellow cabs durante o dia, atravessei a Williamsburg bridge a pé a caminho de brooklyn ao som do Paranoid Android no ouvido (what a trip!) com vista para a cidade inteira sob um sol de rachar (uns 30 graus)...

Foram dois dias intensos mas ainda hoje guardo aquela sensação estranha de tudo fazer finalmente sentido. Encontrei em NY um pouco das outras cidades onde vivi, passei, trabalhei etc. Encontrei um pouco de Lisboa (a luz, o rio), de Paris (a mistura de culturas, o lado boêmio), de Madrid (o lado festeiro, as noites longas), de Amsterdão (a paisagem, sobretudo em Brooklyn e Greenwich village), de Brasília (o lado organizado da cidade, que me fica muito bem - avenida 1, 2, 3 e ruas 1, 2, 3...), até de Luanda (o lado aparentemente caótico da cidade). É obvio que esse é o olhar do "turista", da pessoa que não vive lá, mas por alguma razão eu sinto que iria gostar de viver e trabalhar lá...

Bom. Até esse sonho se realizar, tenho de inventar todos os meios para voltar lá com mais tempo e dinheiro ;)

Comentários

  1. Fico imaginando teu olhar deslumbrado!!!! Quero muito conhecer, para passar por essas sensações, e claro ir às compras...rsrs...Bjo Alê

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  2. Deslumbrado MEISMO! :D
    Aconselho muito a visita. Aliás aconselho sempre conhecer lugares assim tão diferentes ;)

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  3. muito bommmmmmmmmmmmmm!!!!!!!!!!

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  4. Obrigado Anônimo :D
    Setembro, se tudo correr bem, lá estarei de novo!

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