Quando precisamos de apoio...

Faz algum tempo que não venho aqui. E o último texto foi triste, como o momento que estávamos e ainda estamos atravessando, aqui. Da história da Geisa, a boa notícia que restou para os os sobrevivente é que o Vicente está vivo , forte e bem, com o pai, os irmãos e o resto da família e amig@s que, tenho certeza, lhe darão todo o amor que ele e qualquer ser humano merece. Continuo na torcida por eles tdo@s.

Depois de meses mais sombrios, a vacina está, finalmente trazendo esperança tão ansiada, por todos nós. Tomara que assim continue. Tomei, na sexta passada, a segunda dose da AstraZeneca, maior parte da família próxima e amig@s já tomou pelo menos uma dose de alguma vacina. Melhores dias virão, com certeza.

Parei a terapia. Ou pausei, pelo menos. Aquele desconforto de estar a ir por obrigação voltou a aparecer, então suspendi. Tenho de perguntar ao meu redor se está tudo igual ou sé melhor eu voltar logo para as sessões! :D

Longe de dizer que resolvi todos os traumas, mas a sensação é de estar num periodo mais calmo, "gerível" sem demais artefactos, próteses ou muletas para alma, como dizia a Mafalda. E não é porque o Mundo lá fora tenha dado uma trégua. Apenas pareço estar com suficiente poder de encaixe para estes tempos. Por enquanto. E tenho conseguido compor, tocar, cantar. Enquanto houver essa energia, tá tudo mais ou menos bem.


E um assunto bala na minha cabeça há meses, para desabafar aqui. Quando devemos apoiar as pessoas. A resposta óbvia parece ser "quando elas precisam". Mas, nu fundo as pessoas, nós, precisamos sempre de apoio, de validação, de alicerces e fundações, de um ombro para se encostar ou até subir, para alcançar as estrelas.

Eu me pergunto quando é que esse apoio é o mais valioso? Empiricamente, eu diria que é preciso apoiar as pessoas não suas escolhas difíceis. Mais ainda, nas suas escolhas erradas. "Estar lá" quando a escolha é evidente, é "senso comum" ou é fácil, não deixa de ser importante (veja o parágrafo anterior). Mas quando a escolha é complicada e cheia de nós, quando ela parece não fazer sentido nenhum para a maioria, mas parece ser tão límpida para a pessoa? Esse é o momento mais difícil de apoiar e, ironicamente, é precisamente o momento que essa pessoa mais precisa de "chão" para se impulsionar.

E no momento das escolhas erradas, esse apoio me parece ser mais importante ainda, para ajudar a digerir o fracasso, processar o aprendizado e distilar a todo e qualquer sentimento de "culpa" que é a pior âncora que tende a sobrar nos destroços. O apoio aí, se torna vital. Assim entendo, me colocando do outro lado, do lado de "que tipo de apoio eu teria desejado" quando errei nas minhas escolha.

E no fim de tudo, é de amor que se trata.

E deixo aqui imagens do que parece ter acontecido em outra vida.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Dia 29, de não sei quantos...

O medo

Eu tentei, Bruno. Nós tentamos...