A caminho de casa, depois do ensaio...

 Como navegamos uma montanha russa de sentimentos, no decorrer de minutos...

Eu voltava de um belissimo ensaio, eram umas 23h. No rádio do carro, uma locutora estava educadamente indignada com as notícias que tramitia. Ouvi estas duas, entes dela mudar de assunto. Era algo como:

  • 4 homens foram, agora não sei se acusados, presos ou indiciados por terem espancado até à morte, um homem ou jovem que tinha roubado um chocolate numa loja, mercearia ou mercado. Espancado até à morte. Por um chocolate. E deixaram o corpo inerte desse pobre coitado, e simplesmente foram embora.
  • Um policial foi, também agora não sei se acusado, suspenso da polícia, preso, etc, por ter morto um jovem com um tiro na cabeça. O jovem saia do trabalho e corria para pegar um ônibus. O tal policial o confundiu com um ladrão. E o matou com um tiro na cabeça.
Ouvi isso, enquanto dirigia para casa. Senti falta de ar, senti as lágrimas me arrebatarem, como quando vi o corpo do meu pai, na funerária. Foram lágrimas idênticas, a mesm sensação de ficar sem forças nas pernas. E até hoje me pergunto porquê.
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O espancado até à morte e o que teve os miolos espalhados na calçada eram, os dois, homens de pele negra/preta/escura.

E cheguei a casa pensando se aquela música "Dias estranhos" de fato merceia todo esse orgulho que tenho... Quanta dor. Quanta dor...

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