Damaged people...

É uma tendência que fui identificando pouco a pouco. Não estou a falar daquelas pessoas que estão sempre mal, que têm sempre algo que não está bem, que se queixam continuamente de tudo e todos. Essas me são dificilmente suportáveis.
Estou a falar daquelas que sobreviveram genuinamente a situações sensíveis, que ultrapassaram barreiras que se diziam intransponíveis. Essas pessoas não são tristes e taciturnas, não carregam o peso do mundo nas costas como um castigo supremo. A vida continuou e elas continuam com ela. Reparem que o peso ou o trauma não desaparece, apenas aprendem a lidar com a situação, a fazer do tal limão uma limonada. E normalmente tendem a ter uma visão da vida mais leve, menos exageradamente intensa como o comum dos mortais faz. Talvez saibam coisas que eu não sei. Talvez venha daí o meu fascínio, que, por mais que tenha a sua dose de voyeurismo macabro, acaba por ser muito mais motivado pela vontade de aprender a ver as coisas dessa forma. São sobreviventes. Eu admiro sobreviventes. E somos todos sobreviventes de certa forma, com graus de sobrevivência diferentes, talvez...
E faz sentido que eu goste dessas pessoas. Em frança costumavam dizer “quem se parece, se junta...”
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