A Salceda - Santiago de Compostela: 29,5 km Este vai ser o último texto desta série. Daqui para casa, vai ser algo só meu, pode ser? Mas antes de descrever a última etapa, muito, muito, muito obrigado a cada par de olhos que acompanhou a jornada aqui. Fiquei surpreso destes relatos chegarem a pessoas que eu não imaginava e, melhor ainda, saber que essas pessoas estavam torcendo por mim, por seja lá o que for que eu procurei no Caminho. Sei que nem todos se manifestaram, mas saibam que também têm a minha torcida. De verdade. Gosto muito daquela frase "fácil" que diz "feliz primeiro dia do resto da sua vida!". Então que seja um feliz primeiro dia do resto das nossas vidas! Achou isso lamecha? Então pare aqui, porque vai piorar e muito! 😀 Assim começou o dia: chuva. E assim correu o dia, durante várias horas. Umas 5, para ser exato. Isso comprometeu muito as fotos, mas aqui estão umas poucas. Tudo encharcado, o tempo inteiro. E a capa de chuva, embora proteja da chuva...
Soube agora que você se foi. Finalmente. Digo finalmente, porque imagino que todo o processo até você conseguir ir deve ter sido um composto espesso de sofrimento, sufoco, dor... o que a gente imagina ser o inferno. A gente nem era os melhores dos amigos, mas por alguma razão você me procurou. Me tocou. Algumas vezes de forma cruel por me fazer sentir que basicamente só não terminava tudo porque tinha a sesnação que me devia alguma coisa. E não me devia nada. Te vendi um baixo para ver se isso te fazia voltar a tocar, compor, criar... n vezes você tentou me vender o baixo de novo...e vendeu, só para eu insistir que você ficasse com ele, porque eu não tinha uso para ele. E umas vezes, você disse que estava agoniado com a ideia de morrer e o baixo ficar com você. E também lembro das letras que voc~e escrevia, para tentar fazer músicas. E você dizia que não conseguia fazer nada com elas, "porque estavam muito deprê". Estavam. Sensação de que podiam ser apenas sintomas de um esta...
Melide - A Salceda: 26,3 km Eu ronco, sem o CPAP. E aqui, obviamente, não trouxe o CPAP. Eu tava pensando cueca, imagina trazer o CPAP. Então imagina a vida de quem dorme no meu dormitório. Hoje, a chinesa da cama do lado saiu as 6h. Meu despertador toca 6h30. Acho que em León, minha vizinha do beliche de baixo fingiu que a garrafa dela caiu no chão e chutou meu beliche. Life on the road. 7h12, pé na estrada. A etapa de hoje seria de cerca de 25 km e nós levaria até um albergue em A Salceda. Hoje vai ser mais um daqueles relatos com mais fotos que palavras. Amanhã devo chegar em Santiago, então a cabeça está com 1001 pensamentos distintos e distantes, ao mesmo tempo. Bear with me! Tantas paisagens, tantas memórias, tantas caras que eu tento lembrar e contextualizar… certamente virá com o tempo. E já sinto saudades de coisas que vivi há pouco mais de 2 ou 3 semanas. Saudades, mas não sinto vontade de reviver. É difícil de explicar. Inclusive tive um ou dois pesadelos que consistiam em a...
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