A Salceda - Santiago de Compostela: 29,5 km Este vai ser o último texto desta série. Daqui para casa, vai ser algo só meu, pode ser? Mas antes de descrever a última etapa, muito, muito, muito obrigado a cada par de olhos que acompanhou a jornada aqui. Fiquei surpreso destes relatos chegarem a pessoas que eu não imaginava e, melhor ainda, saber que essas pessoas estavam torcendo por mim, por seja lá o que for que eu procurei no Caminho. Sei que nem todos se manifestaram, mas saibam que também têm a minha torcida. De verdade. Gosto muito daquela frase "fácil" que diz "feliz primeiro dia do resto da sua vida!". Então que seja um feliz primeiro dia do resto das nossas vidas! Achou isso lamecha? Então pare aqui, porque vai piorar e muito! 😀 Assim começou o dia: chuva. E assim correu o dia, durante várias horas. Umas 5, para ser exato. Isso comprometeu muito as fotos, mas aqui estão umas poucas. Tudo encharcado, o tempo inteiro. E a capa de chuva, embora proteja da chuva...
Há alguns anos eu falo deste assunto com as pessoas mais próximas, da (minha) necessidade de exorcizar o medo, seja como for e seja ele qual for... O mundo que nos cerca é regido pelo medo nas suas formas mais sorrateiras. Infelizmente, isso começa muito cedo em nossas vidas, tão logo começamos a perceber o mundo que nos rodeia, assim que perdemos um pouco da nossa “virgindade". Quando criança, ainda inconscientes dos pseudo-perigos que nos rodeiam, o mundo tem definitivamente uma cor diferente. Pouco a pouco, à medida que o que eu associo com medo começa a se tornar parte da nossa vida, tudo muda. Tentei me lembrar da primeira vez que fui confrontado com o medo e é impressionante como isso aconteceu cedo. O medo dos nossos pais, a nossa salvação, as pessoas mais importantes em nossas vidas. Como é esse medo? É o medo de quebrar os brinquedos, de não comer tudo o que nos foi servido, de rasgar os livros, de destruir o aparelho de som do pai, de cometer erros, de sermos nós mesmos,...
Gonzar - Melide: 33,3 km 7h. Parti do pressuposto que o restaurante estaria aberto para café da manhã logo às 7h e…só abria às 7h30. Peguei a estrada, na esperança de ter alguma coisa aberta na frente. Pelo menos a névoa matinal manteve o caminho fresco e deu para eu fingir de artista. Uma hora depois, encontrei um café aberto: suco de laranja fresco e bocadillo de jamón y queso devidamente acomodados na lateral do estómago, pé na estrada. Esta imagem é apenas para dizer que reconheci o lugar onde, em 2017, a esposa decidiu que já estava cansada do Caminho e queria seguir logo para Santiago pela autoestrada: ela desceu essa rampa com uma vontade e velocidade, enquanto ficamos atrás gritando que não era por aí, era pela estrada na direita. Como ela não escutava, eu fiz meu melhor sprint, dublado de gritos desesperados, até alcançar a menina, explicar a situação e ter de subir tudo de novo, porque ela pedala muito forte, ainda por cima. Rendeu gargalhadas depois, claro. Ontem não fiz mas...
j'en pleure d'émotion !!!
ResponderExcluirtrop bon !!
Djamila
irma do cantor e do guitarista !
Barai, vocal semi-AC/DC, demorou para abalar o crowd da parada.
ResponderExcluirEste terremoto é muito melhor que o monstros espacial Rorizilla!
Metal!!!!!!
Sem dúvida, um momento alto na minha "carreira"! Espero ter mais, ainda este ano ;)
ResponderExcluir