Nos apelidamos de progressistas e nos comportamos como seres mediavais, neandertais.
Uma liderança da direita estadunidense foi covardemente assassinada a tiro, enquanto falava para um grupo de estudantes. Não tenho mais detalhes, mas um jornalista dizia ontem, na Globo, que pouco antes de ser assassinado, uma estudante perguntou ao Charlie Kirk algo como "que caralho você está fazendo na minha universidade?" e, ao que parece, ele respondeu que, apesar de não concordarem nas ideias e conceitos, ele acreditava no poder do diálogo. Não faço ideia de era demagogia barata dele ou se ele acreditava nisso. Só sei que, no fim desse dia, ele estava morto e a estudante vai ficar o resto da vida com o trauma de, provavelmente, ter sido a última pessoa a agredir ele. E pelo que tenho lido e visto, parece que só o Bernie Sanders teve a atitude humana, clara, civilizada, de lamentar a morte do Charlie Kirk, apesar das diferenças. Não sei se só ele fez isso, claro. Mas tenho visto e lido muita gente festejando a morte dele, embaixo de argumentos cínicos ou hipócritas. Desumanos.
Nos apelidamos de progressistas e nos comportamos como seres mediavais, neandertais.
Como eu escrevi no texto anterior, tenho medo desse momento para qual caminhamos, de quando nos odiaremos gratuitamente, sem memória ou contexto, sem sentido ou justificativa.
Eu tendo a acreditar na cvilidade do "concordemos em discordar", em saber que quem consegue chegar nesse lugar, aceita que o canal do diálogo continua aberto e que existe um mundo de diferença entre discordar e odiar, que não precisamos ser "iguais" e nunca seremos. E que o resultado dessa diferença é muito maior do que a soma das partes. Considero que o espaço e respeito pela discordãncia são pedras basilares da convivência civil e civilisatória.
Um amigo me contou um dia a história de Mitrídates, o Grande, um rei que, por medo de ser assassinado por ingestão de veneno, desenvolveu imunidade a venenos ao ingeri-los em pequenas doses graduais, um processo, agora conhecido como
mitridatismo. Tenho a sensação que estamos ingerindo ódio em doses graduais, até o dia em que ele passará a fazer parte natural de nós e passaremos a achar estranhissimo
atos de bondade, compaixão, altruísmo, civismo e até amor. Passaremos a estudar com interesse, seres que tenham esses traços peculiares.
Nos apelidamos de progressistas e nos comportamos como seres mediavais, neandertais.
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