A loucura da normalidade...
Há dias que tenho esta frase na cabeça. Li no jornal que um homem, não sei onde nos arredores de Brasília, matou 2 pessoas por causa de um casaco (ou algo similar). E tentei entender o estado de espírito do tal homem, como se pode ser autor de um crime por razões tão surreais. E não se trata de um louco nem de álcool. Simplesmente “surtou”, como dizem aqui. Por uns meros segundos ou minutos fatais...
Na mesma semana, no supermercado do meu bairro, um cliente descontente com as filas pra pagar insultava todos os empregados da loja. Uma das frases que ele dizia é “lugar de vadia é na zona!”. E repetia solenemente, sem apontar para ninguém em particular. Quase respondi para ele “o senhor fala com a propriedade de quem tem conhecimento sobre a dita zona, não é?”. Mas depois me lembrei do outro homem que tinha matado duas vezes por causa do casaco. E lembrei-me do meu filho, minha família, meus amigos, calei-me, sorri covardemente, paguei e fui embora.
E nesse momento lembrei-me do John Doe, o personagem do Kevin Spacey no filme Se7en (7 pecados capitais, de David Fincher). O personagem do Morgan Freeman dizia que o John Doe - o assassino - era um homem de razão, e que a sua sanidade é que tornava os seus atos assustadores. Estranho não é? Ele é o personagem mais razoável da historia precisamente porque não se conforma com a loucura ambiente. Que loucura!
E é esse o mundo em que vivemos, parece saído de uma ficção. E a pergunta mais difícil é como é que um “homem de razão” sobrevive neste mundo sem chegar aos extremos que alguns chegam? Aqueles que precisamente nos apressamos em chamar de loucos... Pois não tenho resposta agora e provavelmente nem terei tão cedo. A verdade é que mais que uma vez me perguntei de devo corrigir o que eu acho que está errado, atitude que sempre tem a sua dose de violência mesmo que seja só conceitual, ou simplesmente evito o confronto, sem gerar discordâncias mas deixando o mundo torto como ele anda?
O título “A loucura da normalidade” não é meu. Vem de um livro do psicanalista Arno Gruen que a minha ex leu há uns anos atrás. Acho que vou tentar ler esse para ver se a avaliação dele coincide com o que me vem em mente. Mas também vou citar uma fantástica música dos Pink Floyd, chamada Comfortably Numb. Ela traduz lindamente o sentimento, a dúvida, o tentar saber quando é que nos tornamos confortavelmente entorpecidos, insensíveis á loucura da normalidade...
É um mundo estranho mesmo...surreal...
(voltei com força, não é?)
Na mesma semana, no supermercado do meu bairro, um cliente descontente com as filas pra pagar insultava todos os empregados da loja. Uma das frases que ele dizia é “lugar de vadia é na zona!”. E repetia solenemente, sem apontar para ninguém em particular. Quase respondi para ele “o senhor fala com a propriedade de quem tem conhecimento sobre a dita zona, não é?”. Mas depois me lembrei do outro homem que tinha matado duas vezes por causa do casaco. E lembrei-me do meu filho, minha família, meus amigos, calei-me, sorri covardemente, paguei e fui embora.
E nesse momento lembrei-me do John Doe, o personagem do Kevin Spacey no filme Se7en (7 pecados capitais, de David Fincher). O personagem do Morgan Freeman dizia que o John Doe - o assassino - era um homem de razão, e que a sua sanidade é que tornava os seus atos assustadores. Estranho não é? Ele é o personagem mais razoável da historia precisamente porque não se conforma com a loucura ambiente. Que loucura!
E é esse o mundo em que vivemos, parece saído de uma ficção. E a pergunta mais difícil é como é que um “homem de razão” sobrevive neste mundo sem chegar aos extremos que alguns chegam? Aqueles que precisamente nos apressamos em chamar de loucos... Pois não tenho resposta agora e provavelmente nem terei tão cedo. A verdade é que mais que uma vez me perguntei de devo corrigir o que eu acho que está errado, atitude que sempre tem a sua dose de violência mesmo que seja só conceitual, ou simplesmente evito o confronto, sem gerar discordâncias mas deixando o mundo torto como ele anda?
O título “A loucura da normalidade” não é meu. Vem de um livro do psicanalista Arno Gruen que a minha ex leu há uns anos atrás. Acho que vou tentar ler esse para ver se a avaliação dele coincide com o que me vem em mente. Mas também vou citar uma fantástica música dos Pink Floyd, chamada Comfortably Numb. Ela traduz lindamente o sentimento, a dúvida, o tentar saber quando é que nos tornamos confortavelmente entorpecidos, insensíveis á loucura da normalidade...
É um mundo estranho mesmo...surreal...
(voltei com força, não é?)
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